2.4.03

Quando eu sinto aquilo...

Não sei o que é. Sei com que se parece.
Parece que vou estourar, ou então vomitar cada garfada de comida que ingeri durante o dia.
Parece que todo mundo vê, mas ninguém enxerga. Ninguém tem vontade de ver. E todos ignoram, como ignoram um mendigo com os pés e mãos enfaixadas no Viaduto do Chá, pedindo uma ajuda. Eu acabo ficando triste por ver e sentir isso. Triste porque não fiz e não faço nada. Triste por que, a despeito de todo meu desespero e vontade, eu ignoro também.

Mas agora vai mudar. Não vou mais ignorar isso. Chega de ter receio de me olhar nos olhos. Todos deveriam saber, ouvir e entender isso: todos vocês são especiais. Todos vocês são capazes das maiores proezas e conquistas. É uma pena que a maioria não veja isso. E transborde sua mente de coisas inúteis e besteiras infindáveis.

Vão adiante!!! Fiquem onde estão. Assitam ao sensacionalismo da TV sem o menor senso crítico. Achem engraçado, lírico, poético, que pessoas simplórias (ninguém entendeu "simples", né???) sejam veneradas e desejadas como se tivessem feito algo além de contribuírem com NADA para a melhoria da qualidade de vida (cultural) das pessoas.

E então eu chego neste momento, em que já comecei a dizer aos outros que eles deveria ver menos TV, ou verem melhores programas. Que deveriam ler mais livros e menos Capricho e Contigo, e se interessar por outras coisas além do Big Brother, do Datena e das novelas. E aí tudo se vai pelo ralo. Eu perco o foco. Não sei mais o que dizer e o que fazer. E volto a ignorar tudo. E fico triste de novo.

Quando as pessoas vão aprender a dar valor as suas próprias vidas? A viverem a vida de forma mais aberta, menos ignorante? A perceberem o conteúdo generoso e gratificante que certas coisas tem pra oferecer e aproveitá-lo para criar seus próprios caminhos, longe das garras e tentáculos da mídia de massa de péssima qualidade que nos assola?

Talvez um dia, quando isso virar um blog, eu veja isso acontecer e não precise mais escrever coisas como essa.

See Ya