28.7.05

Egotrip

O termo que dá nome a este post significa navegar na internet, através de Deus, por exemplo, procurando pelo próprio nome ou termos relacionados a você mesmo.

A imagem abaixo é produto real de uma egotrip e garanto que não alterei absolutamente nada em editores de imagem. Tem coisas que só a internet faz por você.



See Ya

PS: Valeu, Mari, pela dica!!

20.7.05

Eu ri na cara da Morte

Você se aproveitou do gosto amargo na minha boca e veio, babando, dar uma olhada em mim. Deve ter gostado do que viu. Eu sou passional, quente, um poço de segurança. Nas costas eu levo um grande baú onde levo quase tudo, onde guardo cada coisa e de onde me nego tirar sequer uma migalha. Eu sou bom de cama e tenho muitos amigos de verdade. Eu sou inteligente e gosto de um bom desafio. Eu não sei largar o osso. Você olha pra mim e vê um prato suculento de vermes fresquinhos, se retorcendo enquanto roem meu tecido cerebral.

Vem, filha da puta, vem! Vai me levar sim, vai me levar bem agarradinho na sua saia preta. E vai me levar rindo, gargalhando, na sua cara feia. Não foi ontem a noite, mas bem que você quis. Quando eu vi você baixando os braços e indo pra perto daquela maca no corredor, onde uma velhinha estava com sede, gritando por água, eu ri. Eu até me babei de rir. Dessa vez eu ganhei.

Você deve ter rido um bocado também, por saber que tudo isso são só jogos e que você já está com a partida ganha. Mas eu rirei mesmo assim. Covarde! Veio brincar e ficou com medinho de bater de verdade. Parecia eu brincando com meus colegas do colégio de dar soquinhos no ombro na hora do recreio.

Eu vi o brilho da sua foice refletir no esfigmomanômetro. E vi sua cara no cesto de lixo quando vomitei pelo efeito de algum remédio. Foi amargo demais aquele joguinho de ontem. Foi irônico e baixo. Sarcástico e macabro. Foi a sua cara. Nunca pensei que também iria me fascinar com a minha própria partida. Você tava ali me cutucando e eu tava chorando, pensando no que ia acontecer amanhã depois que estivesse melhor. Eu pensei: "e se eu morrer agora?", e cheguei a ficar curioso em saber como seria. E eu dei de ombros e disse, baixo, pra que só você ouvisse: "Eu sempre soube!".

Provoquei e você correu. E ainda me perguntaram se eu tinha medo de morrer. Naquela hora eu olhei pra você, saindo da sala de Raios-X segurando um câncer na mão. Eu ri de novo, enquanto suas órbitas sem olhos me vigiavam.

Bom, espero que não tenha ficado magoada. Mas eu não vou me intimidar se você tiver ficado. E ainda posso bradar por aí: "Eu já ri na cara da Morte. E ela piscou pra mim, entendeu o recado e foi embora!". Por enquanto.

See Ya
Piece of action

Tirolesa? Sexo em locais proibidos? Fugir da polícia? Ser assaltado? Montanha-russa? Não. Vocês precisam experimentar isso.

Clinicamente testado e aprovado pela Associação Fabriciana de Stress e pela Adrenoviciados Anônimos. Recomenda-se passar por isso num hospital público para melhores resultados.

See Ya

18.7.05

Desconstrução

Só e sempre tentar desconstruir é descobrir você mesmo que
só e sempre tentar desconstruir é descobrir você
só e sempre tentar desconstruir é descobrir
só e sempre tentar desconstruir é
só e sempre tentar desconstruir
só e sempre tentar
só e sempre
só e


See Ya

PS: valeu, Ma. Só você mesmo pra me mostrar o quanto eu me desconstruo e reinvento todos os dias. =)

13.7.05

[root@myself root]$ service fabricio restart

Eu poderia ficar em casa pra sempre. Lá fora as pessoas são rasas e fúteis e tão centradas em si mesmas que mal percebem o outro. [ OK ]

Ter aquela bosta de emprego não pode satisfazer nem o mais medíocre dos humanos. Como pessoas capazes conseguem, juntas, realizar algo tão idiota e estúpido como aquela empresa? [ OK ]

Se família é uma instituição, a minha deve ser um prostíbulo. Uma sequência sócio-genética de rejeições, incoerência e falsidade transbordando até a boca. [ OK ]

Estamos falando de amor? Pensei que este saco cheio de juras velhas, bonecos de pelúcia, cartões amassados, momentos deixados pra trás, alegrias e tristezas, saúdes e doenças, fosse pra colocar lá fora, pra quando o caminhão de lixo passasse. [ OK ]

E podem achar que eu sou "cheio de si", pois é verdade. Estou cheio de mim. É engraçado como eu consigo me manter tão iludido que chego mesmo a acreditar que estou chegando em algum lugar, que estou construindo uma vida, trilhando um caminho, escrevendo uma história. Se isso é uma história, é a história mais besta que eu já vi. O autor deveria ser caçado e apedrejado em praça pública. [ OK ]

service fabricio stopped

Mas eu também me orgulho de ser eu mesmo. Gosto da minha repentina perspicácia, e do meu jeito distorcido de ver as coisas. Já sei muitos truques, mesmo sendo cachorro novo. E já trouxe alegria, vibração e bem-estar para a vida de muitas pessoas. Nunca vou ser de todo mau. Ainda acredito em mim e nas pessoas. Ainda choro ouvindo música, ainda sinto sangue correr nas minhas veias e idéias passarem pela minha cabeça. [ OK ]

Não seria possível viver um amor que não fosse assim, pelo menos não pra mim: sincero, direto, objetivo, amoroso, cúmplice, adulto, eterno, que respeita, entende, liberta e permite. Se entregar pra isso e vivenciar cada uma das coisas deste amor é daquelas poucas coisas na vida que te fazem perceber, ainda, diante deste mundo apático, que se está vivo. [ OK ]

Eu também sou parte dessa família. Também estou no puteiro e na falsidade e incoerência, quando é hora disso tudo. Se há uma coisa que eu não tolero é perfeição, e mesmo sabendo que vou negar até o fim da minha vida, a imperfeição da minha família é tudo que eu sempre desejei numa relação biológica. Não há como aprender a questionar fora de casa se você nunca começou seu questionamento ainda no seio de sua morada. [ OK ]

Trabalho não é emprego, e eu adoro meu trabalho. Eu me divirto com as pessoas, com as situações. E o valor disso eu não posso medir na mediocridade ou falta de habilidade de uma empresa. Mas posso medir na confiança de equipe, na intimidade de pessoas que estão com você 8 horas por dia, e principalmente em tudo que você pode aprender num único dia de trabalho, em uma única tarefa, e que certamente você nunca vai esquecer e vai poder levar como bagagem. [ OK ]

São apenas pessoas. Não as leve tão a sério e elas vão te achar arrogante. Leve-as a sério demais e elas vão dizer que você é chato. Deixe-as seguirem seus caminhos tortos e turvos. Melhor ainda, seja uma dessas pessoas e pare de achar que você não poderia ser tão perfeitamente rasa, ou incrivelmente fútil. [ OK ]

service fabricio restarted succesfully

See Ya

11.7.05

Morre Narciso Vernizzi, "O Homem do Tempo"

O locutor Narciso Vernizzi, conhecido como "O Homem do Tempo", morreu nesta segunda-feira, aos 86 anos. A temperatura deve cair rapidamente e uma frente fria deve tomar o cadáver. Há previsão de queda de terra sobre a região e pancadas de pás no fim do período.

Uma massa escura de moscas e vermes deve encobrir a área, deixando irreconhecível toda a porção verde do mapa. A temperatura não promete subir, e possivelmente haverá deposição de cálcio e precipitação de células mortas a longo prazo.

E piri-rim e poró-róm.

See Ya

PS: em tempo, o "E piri-rim e poró-róm" era o chavão de outro homem do tempo, Feliz, que entre outros programas, participou do saudoso Aqui Agora, do SBT.

8.7.05

London's Burning

Não tive como não lembrar da fantástica música do The Clash (que empresta seu título a este post) ontem pela manhã. Mais um golpe duro na realidade que envolve nosso mundo, garantido pelo comportamento político de líderes como Tony Blair, o capacho mais idiota do mundo. Explodiram seis lugares. Deveriam ter explodido 20. Londres deveria parecer uma caldeira do inferno, vista de Manchester. Tenho amigos em Londres e temo por eles, mas acho LINDO o atual estado do terrorismo. Todos são realmente alvos e ninguém é realmente inocente. Eu queria me sentir abalado, queria acreditar que eles são malvados e que as forças do bem sofreram um ataque. Mas isso é mentira!!!! Pessoas inocentes não morreram em Londres. Não há inocentes. Que se fodam todos os ingleses e americanos e espanhóis que apoiaram seus governantes no metódico massacre que estes promovem no Oriente Médio. Que se fodam também os que foram contra, pois permitiram que Bush e Blair se re-elegessem. Que se fodam os que estão vivos e chorosos e com medo, mas que preferem acreditar que o diabo usa turbante ao invés de fazer algo pra resolver a situação. E que se fodam os que morreram, são bons exemplos do que ainda está por vir.

Eu ia escrever mais, mas achei isso:




E aí não precisei dizer mais nada. Parafraseando Marcelo Nova: isso é só o fim.

See Ya

6.7.05

Às vezes me sinto extraordinariamente sujo

É nessas horas que eu odeio esse blog. Odeio este espaço com todas as forças quando percebo que ele, fatidicamente, se transformou em outra máscara exibindo pro mundo algo que eu não sou. Existem coisas que simplesmente não pertencem mais ao blog e que eu não consigo mais escrever aqui. Contruí ao meu redor um muro cor de bosta cercado de moscas brancas.

Parentes e amigos próximos diriam que isso nada mais é do que aquela eterna necessidade que tenho de tempos em tempos de agredir quem gosta de mim e me acolhe. Que se fodam todos (isso prova a teoria deles?). O lugar se tornou aceitável, acessível, com direito a visitantes célebres, fãs, blogmate e com planos de virar um site de verdade, com endereço próprio e tudo. Cresceu, evoluiu e se transformou em algo bom. Algo bom que no presente momento eu odeio.

É olhar pro meu próximo post e ter vontade de vomitar. É ver que a crítica que eu fiz é pífia e controlada. É entender que certas coisas eu simplesmente não tenho coragem de escrever. E, mais do que tudo, é perceber que o blog leva a culpa simplesmente por ser a ferramenta, mas que na realidade o grande culpado sou eu.

Às vezes me sinto extraordinariamente sujo. E não quero me limpar. Quero mesmo me entupir dessa sujeira toda e ficar comigo mesmo, enterrado em todas as coisas péssimas que eu gosto de ser. Hoje eu entendo que me importo com o que vão ler aqui, que me apeguei a pessoas, situações e opiniões. Eu temo porque devo e detesto intensamente simplesmente não conseguir não me importar com porra nenhuma. Eu mudei algumas pessoas que leram o que eu escrevi, mas inexoravelmente isso também mudou algo em mim. Cansei de engolir a ânsia de vômito.

See Ya