31.7.03

Ser mais feliz

Tive uma conversa rápida, e muito sincera, com um amigo. Na verdade, um conhecido, que considero muito, mas com quem não tenho intimidades, não compartilho segredos, não conheço a fundo. Enfim, posso, e vou, chamá-lo de amigo.

A conversa foi rápida, num fim de tarde, em um escritório. Ele me disse, que, assim como eu, sempre teve a facilidade de manter um ar muito positivo, alegre, "alto astral", como dizem por aí. Mas que com o passar dos anos, manter esse status tem se tornado difícil, cada vez mais difícil.

Ele é um pouco mais velho do que eu, mas eu tive que concordar que também tenho sentido esta dificuldade, como se a vida estivesse, aos poucos, minando, ou ainda melhor, roendo o forte apoio que me mantém feliz na maior parte do tempo.

Às vezes a vida faz isso usando pessoas, pois hoje me sinto cansado e entediado de conviver com a maioria das pessoas com quem convivo, diariamente ou não. E às vezes faz parecer que são as coisas, pois venho, a cada dia, me "desapegando" de ter mais coisas, pois estas não causam mais aquele frisson de antes, ou trazem novidades, desafios, etc, etc...

Disse a este amigo que nossa ânsia (minha e dele) de ajudarmos a todos, de querermos bem todo mundo, de tentarmos ter um milhão de amigos (terá o Rei conseguido?) talvez tenha cansado um pouco nosso espírito livre. Tenha nos mostrado o quanto estamos cercados de pessoas que querem ajuda e mais nada, e que não estão dispostas a fazerem nada por si mesmas e que sempre preferem se apegar a uma falsa esperança do que ao trabalho que é se cuidarem. Talvez eu tenha, já há algum tempo, percebido como vivo rodeado de medíocres e idiotas, e como eu mesmo tenho sido medíocre e idiota a ponto de achar que eu poderia (ou deveria) tentar ajudar (e ser ajudado) e ser amigo de todos.

Nossa conversa parou mais ou menos nesse ponto, onde sugerimos que uma troca de amizades, troca de ambientes, troca de vida, poderia ajudar. Mas eu acho que vai além. E isso já entra no campo do "ser" e do "ter" que já discuti amplamente, em especial com um outro amigo meu.

Acho que hoje as pessoas são ligadas demais ao TER, ao invés do SER, e a amizade, a ligação, a relação, acaba sendo valorizadas por fatores que não permitem a evolução de tal relacionamento.

Muitas das pessoas do meu convívio se aproximam (umas das outras e/ou de mim) por puro interesse. Por perceber (ou não) que o outro tem algo vantajoso a oferecer. E certamente boa parte dos que eu conheço acabam perdendo a noção do valor de, por exemplo, uma tarde de bate-papo. Sem confidências, sem novidades, sem fofocas. Sem um precisar TER algo pra oferecer, que não seja seu próprio SER. Uma simples troca de palavras, discussões, conversas com o único intuito de se distrair e passar alguns momentos agradáveis, no meio dessa vida dantesca que levamos.

E então eu proponho que todos vocês, fiés (ou novos, ou infiéis) leitores do Quando Isso parem um minuto pra pensarem nas suas amizades, nos seus namoros, nos seus empregos, e tentem perceber quais dessas relações TEM vocês, possuem e consomem vocês e quais delas SÃO vocês, com harmonia e sinceridade. E então proponho que, se tiverem forças pra deixarem de ser medíocres nas relações que TEM vocês, procurem algo melhor, que talvez não traga tantas vantagens (amparo, proteção, sexo, dinheiro, status, auto-estima), mas que proporcionem a vocês uma vida mais completa e mais útil (pra vocês mesmos). Resolvam relações, joguem limpo, rompam com quem tiverem de romper e declarem-se a quem tiverem de se declarar.

E se vocês, como eu, estiverem achando mais difícil a cada dia se manter "pra cima" e alegres, verão que deixar relações e pessoas medíocres para trás pode ajudar um bocado.

See Ya

29.7.03

Notinha

O cara já foi até Campeão de Pau de Sebo. Foi ao Bozo quando era garoto. E, claro, é mentiroso compulsivo. Mas mentiras a parte o cara manda muitíssimo bem no blog dele. E além disso é muito criativo, pertinente, atento, leitor sagaz (hey, você também procura até "Quente" e "Frio" em torneiras quando não tem mais o que ler?) e tem muitas outras qualidades de um bom leitor e, principalmente, bom escritor.

Que o caminho desse cara está e estará sempre cheio de coisas boas, nem preciso dizer aqui. É óbvio ululante. O que eu preciso dizer é:

Feliz aniversário, Ina.


Se pensar enlouquece, ele já pirou há muito, muito tempo.

See Ya

28.7.03

Tamanho não é documento

Acabou hoje a Animamundi, mostra de animações feitas em diversas partes do mundo e que todo ano acontece em São Paulo. Infelizmente só consegui ir hoje mesmo, no último dia. E nem cheguei assistir tudo o que queria, pois só consegui ficar para uma sessão. E mesmo assim valeu muito a pena.

O roteiro da sessão das 15:30 de hoje contava com:

- POVOD SVETA, de Katarina Kerekesova (ESLOVÁQUIA)
- SAD GAGS, de Karl Sandzén (SUÉCIA)
- AS VIAGENS DE UM SACI, de Moises Cabral e Dustan Oeven (BRASIL)
- DE PROFUNDIS, de Dora Keresztes (HUNGRIA)
- TAXIA, de David Robles (ESPANHA)
- THE NEWSPAPER, de Bang Eui-seok (CORÉIA DO SUL)
- LA FUNAMBOLA, de Roberto Catani (ITÁLIA)

De todos esses, valeu ter ido para assistir ao curta brasileiro, ao sensacional Taxia e ao criativo e bem produzido The Newspaper, o restante esteve entr eo aceitável (Povod Sveta e Sad Gags) e o insuportável (De Profundis e La Funambola).

Em As viagens de um Saci, filme nacional produzido com a grana da Bolsa José Petrillo, concedida pelo Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), os criadores recontam a história do Saci-Pererê inserido num mundo altamente globalizado e diversificado. Nosso folclórico personagem perde o interesse pela vida rural quando os automóveis substituem os cavalos e então decide vagar pelo mundo, passando pela extinta União Soviética e pela Jamaica, onde dá um empurrãozinho na criação do reggae. Animação é muito divertida, cheia de detalhes e mostra o papel antiautoritário que o Saci representa em nosso folclore. Tecnicamente o filme é bom, produzido com Stop Motion, animações 2D e até computação gráfica. Custou R$29 mil. Os diretores do filme, Moises Cabral e Dustan Oeven (também de História de Família, Seqüência, Entrevista com o Morcego e Abdução), são de Goiânia, que tem se tornado um dos principais pólos da animação no Brasil.

Taxia, filme espanhol, é uma sequência rápida em que um grupo de marmanjos chega "abafando" num local pacato onde uma senhora cria galinhas. Os marmanjos barbarizam o local colocando som eletrônico alto e esmagando as já citadas galinhas. Surpresa total e muito positiva é quando a pequena e singela senhora entra em casa e sai com um machado de avícola. E enquanto a mulher enxerga os três marmanjos como galinhas bagunceiras, ela parte, reparte e esquarteja o trio. Simplesmente hilário, ainda há espaço para a velhinha arremessar o carro num abismo e colocar um bom e pesadíssimo heavy metal nas caixas de som fenomenais trazidas pelos homens. Imperdível e impagável esta animação, que mais parece arte de jogo de video game. Taxia foi produzido pela Dygra Films (que também produziu, em 2001, El Bosque Encantado).

E eu nunca achei que fosse gostar de animação coreana, mas The Newspaper foi uma agradabilíssima surpresa na sessão. O curta conta a história de uma foto de primeira página de um jornal, sobre a qual foi esmagada uma nojenta e muito bem produzida barata. O protagonista da foto então salta para fora do jornal para tentar arrancar aquele bicho nojento de sua cara, e todo tipo de infortúnio acontece, como uma perseguição por baratas e o salto sobre um "abismo" entre uma escrivaninha e uma prateleira. O final, bastante inteligente, também é bom, quando o protagonista de outra foto toma o lugar na foto principal da página, antes que o original retorne. Bem sacado este desenho.

Pra quem perdeu esta edição do Animamundi, no site eles dizem que vão lançar a versão da mostra em DVD. Somente pela parte boa dessa sessão de hoje eu acho que já valeria, e ainda acrescentando os outros dias, seria demais ter isso no acervo.

E pra não dizer que não elogiei a iniciativa, mais uma vez a Petrobrás está de parabéns por trazer, apoiar e patrocinar esta mostra de curtas aqui no Brasil. A Animamundi também teve sua versão carioca entre os dias 11 e 20 de julho.

See Ya
Por uma vida nada ordinária, e bem violenta

Danny Boyle. Esse nome sempre causa um certo impacto em mim. Talvez o mesmo que ouvir Guy Ritchie (Snatch e Lock, stock and two smoking barrels) ou David Fincher (Fight Club, Seven, Panic Room, The Game). Não foi diferente quando decidi assitir Extermínio (28 Days Later) logo que soube que era dirigido por ele.

Sim, sim, é verdade que Boyle andou pisando muito na bola, com A Praia e Por uma vida menos ordinária. Mas e daí? Todos tem seu preço e acabam por se vender um pouquinho à Hollywood. Bom é saber que Boyle tinha chances de se recuperar e arrasou neste thriller de terror e suspense.

28 Days Later é um filme de premissa simples: um grupo de ambientalistas (?) invade um laboratório e tenta libertar macacos utilizados em experiências. A operação falha e o resultado disso é uma devastadora epidemia. Vinte e oito dias depois (dãããããã), Jim (Cillian Murphy, de How Harry Became a Tree) acorda num hospital e começa a vagar por uma Londres completamente deserta, mórbida e muito, muito perigosa. Minha contribuição ao mundo dos SPOILERS termina aqui. Vocês terão de assistir o filme para saber o resto.

E mais interessante ainda é que Boyle e sua equipe conseguiram fazer um filme impactante (prestem atenção à cena do espelho, ou a da briga entre Jim e um soldado), completamente recheado de um terror onipresente, iminente, irreversível e mortal, e ao mesmo tempo conseguiram levantar a lebre da transformação do ser humano (ou da falta dela) ao longo de sua existência, que tem durado "a few blinks of an eye" - alguns piscares de um olho - como lembra um dos personagens do filme. 28 Days Later possui cenas de perseguição, reflexão, sangue sendo esguichado, tomada de decisões, suspense eletrizante, otimismo e muito mais. É um filme bastante completo e um dos melhores, do gênero, que eu ja vi.

Ouvi algumas pessoas o comparando com Resident Evil. Por favor, ignorem esta comparação. Quem achar isso, no mínimo, não entendeu o filme.

O filme foi todo gravado em câmera digital (menos a sequência final, eu acho), o que dá uma ambientação e um tom todo diferente às imagens. A trilha sonora de John Murphy está muito boa, pois casa muito bem com o filme.

Enfim, se você gosta de cinema inglês, Danny Boyle e está querendo quebrara a cara do diretor desde que viu A Praia, vá assistir 28 Days Later. Não esperem nada como Cova Rasa ou Trainspointing, mas garanto que vocês terão muito com o que se admirar, assustar, refletir, temer e se diveritr com este filme.



See Ya

24.7.03

Porra, eu precisava falar!!!

Caralho!!! Eu aguentei o quanto deu, mas agora chega:

ESSA MINA TEM QUE TER A MELHOR BUCETA DA VIA LÁCTEA, OU ENTÃO FAZER O MELHOR BOQUETE DO QUADRANTE ALFA. VAI TOMAR NO CÚ!!!! NINGUÉM AGÜENTARIA ELA SE NÃO FOR ISSO.

E tenho dito!!!

See Ya

23.7.03

Enquanto isso não vira um blog

Meio parado isso aqui ultimamente, né?

É. Eu sei.

E felizmente dessa vez não tem nada a ver com desorganizações, correrias, tristezas ou coisas do gênero. Dessa vez é em favor do Quando Isso que eu não estou postando.

Em breve, muito breve, teremos novidades por aqui.

Então aproveitem para ler ou reler os arquivos, coisas mais antigas que escrevi por aqui, ou então vão se divertir por aí, por lá, ou por ali, enquanto eu termino de preparar o novo Quando Isso.

See Ya

17.7.03

Criatividade de matar

Aí a polícia achou o corpo do garoto, o crânio todo perfurado. Buracos exatamente redondos e do mesmo tamanho em quase todas as partes da cabeça. E não eram tiros. Havia pólvora, mas não havia nenhuma indicação de disparos.

Bom, encurtando: meses depois o detetive encarregado descobriu o que se passara. O garoto havia se matado. Empilhara moedas de 10 cents, prendera-as a um morteiro (essas bombas caseiras que se tem desculpa de usar em festas juninas e jogos da Seleção), acendera-o e colocara dentro da boca. O efeito foi instantâneo, e mortal.

Criatividade é tudo, eu diria. Até na hora do suicídio.

Quando eu estou ou fico triste, penso, escrevo e falo muito em morte. Pena não ser tão criativo.

See Ya

14.7.03

O Projeto - Parte Final

Sala de espera do Hospital Nossa Senhora do Bom Parto - 16/12/1983 - 18:12hs

- E aí, Doutor? Como foi a operação?
- Tudo correu perfeitamente bem, Dona Maria. A cirurgia foi um sucesso e o objeto foi retirado.
- Ai, Graças a Deus. Mas e então, o que tinha no nariz do meu filho?
- Bem, a senhora poderia me acompanhar.
- Claro, Doutor.
- Por aqui. Sente-se Dona Maria. Pois então. Eu chequei em diversos lugares, mas não consegui encontrar uma descrição para o que estava no nariz do seu filho. A princípio parece apenas um pedacinho de metal, que pode ter saído de um brinquedo. Mas não consegui encontrar nada capaz de emitir som ou luz no objeto.
- Ai, Doutor, será que ainda tem algo dentro do meu filho?
- Não. Certamente não há mais nenhum corpo estranho no corpo de seu filho, eu verifiquei cuidadosamente. Mas de qualquer forma vou enviar o corpo retirado para análise.
- Muito esquisito esse pedacinho de metal! Não sei de onde veio isso não. Mas felizmente o senhor conseguiu tirá-lo de lá. Muito obrigada, Doutor.
- Não agradeça a mim. Agradeça o seu filho, que encontrou o corpo estranho e começou a cutucá-lo. Não fosse isso, talvez os problemas no futuro fossem maiores.

Estacionamento do Hospital Nossa Senhora do Bom Parto - 16/12/1983 - 19:23hs

- Doutor Julião?
- Ahnn... pois não?
- Desculpe abordá-lo desta maneira, mas não tive outra opção. Meu nome é Meireles, e este é o Paiva. Nós somos agentes da Polícia Federal. Será que o senhor poderia nos acompanhar?
- Polícia Federal? Bem, o que aconteceu? Em que eu posso ajudar? Olha, eu não posso acompanhá-los, minha esposa está...
- Sua esposa pode esperar.
- Não, eu...
- Escuta aqui, Doutor, nós já sabemos...
- Calma, Paiva!!
- Calma uma ova, Meireles! É o seguinte, Doutor, nós já sabemos que você operou o garoto.
- Que-que garoto?
- Não se faça de bobo, rapaz!! O garoto com o objeto no nariz!
- Ahn se-sei. E daí?
- Onde está o objeto agora?
- Eu não sei!
- Não sabe? Não sabe uma ova, Doutor. É melhor dar logo esse objeto pra gente. Pessoas muito importantes e influentes querem esse negocinho.
- Paiva!
- Fica quieto, Meireles. Tá mentindo pra mim, Doutor?
- Eu?
- É. O senhor mesmo. Pois eu acho que o objeto está com você agora mesmo. Aposto e ganho!
- Olha. Veja bem. Meu Deus! Não aponte isso pra mim. Acalmem-se vocês dois. E-eu acabo de lembrar que fiquei mesmo com o objeto. Veja, está aqui, no zíper da minha mala.
- Então, passa logo a maleta pra cá, Doutor.
- Claro, cla-claro. Aqui está.
- Ótimo. Agora vamos. Meireles, enfia o homem no carro.
- Co-como assim? Vocês vão me enfiar no carro? Não.. nããããão!!!

Centro de pesquisas avançadas de Zilunghia IV

- UKh sfliuas hkjk asfkaklw tfkaakwug eaçwei l Aalw a weta wjet (Droga, perdemos sinal da sonda, Aalw!!)
- aygufdkuas erfakye aklyg raky rgkwy gaskey galyg alwyg ral gslrgekl tgaleu gtailwu egtlaiu galwi ugrliu tgawlutgwlaiu gtlawui rgelrtu gal tgalw egtlat law glsdku il grat lawughlaiw etlawetlai tlaiw utlaiw ueglae tlubfvgailuhtawlçe uhfa (Ahhh!! Fala sério!!)
- kus fjk (Porra, to falando!!! Eu sabia que isso ia dar merda. Eu falei pra não usar filhotes. Mas você é teimoso!)
- kj efiksg efkly sgekl yskldybklesuer fsle gftkls ygfks gfluei fsluig s (Foi mal!)
- kjhs ksh fsl u hssgfssbskssgks egkj sbegiu hsg (E agora, o que vamos fazer?)
- auk hfak faufh ak uhawku hraf (Escuta, pra que era essa sonda mesmo?)
- KI Hfs,ku fs hgskd gfs k sku skuhgksd hgsl rhlsi hge h Timão isu gfjyg sej gsku hgs (Como assim, pra que era??? Anos de pesquisa e muito dinheiro foi jogado fora por causa deste erro. E o pai do moleque é Corinthiano roxo. Ia levar o filhote ao estádio. A transmissão tava acertada. Tinha até chamado uns camaradas pra virem pra cá. Agora já era! Outro final de semana chato nesse laboratório.)
- Kise hfksuh ks,b g jksg ksjg hjass kljgfshegah fsd dsgfuk sdrgiueragkjb wakutgkjbkerghkuwhgkjsdbv iwefr wiuf wkjbf masjb fgkaghkasj gfkajghkk asrk fkwa ejrk awe k gwk uegfkwgefkw gek w (Poxa. Foi Mal!!)
- Thománoku!!! (Fazer o que, né?)

See Ya

12.7.03

O projeto

Supermercados Morita - 06/12/1983 - 14:32hs

- Ai, Janete. To com um problemão lá em casa.
- Nossa, menina, jura? Conta. Você sabe que comigo pode falar, né? Eu já nem gosto de falar muito que é pra não acharem que eu sou fofoqueira. Então pode se abrir comigo.
- É um problema meio chato.
- Ai, fala logo, Cida!
- Sabe, é o Gustavo.
- O Gustavo? O que tem o menino?
- Lembra aquele dia que ele se perdeu no mercado?
- Ai, nossa!! Que su-fo-co, aquele dia, não? Esse seu menino é muito arteiro. Sabe que o Paulo César, filho da Martinha, do 114, tá na mesma sala que o Gustavo? Pois é. E outro dia ela veio me dizer que o filho dela contou que o seu menino arrumou briga na escola, só por que...
- Filho de quem? Ai, Janete, não me confunde a cabeça. Deixa eu falar o meu problema. Peraí!
- Desculpa, amiga. Eu não gosto de cortar a conversa de ninguém, sabe? Acho isso uma falta de respeito. Mas fala, fala você primeiro.
- Então, desde aquele dia...
- Que ele sumiu no mercado?
- É, desde esse dia ele ficou com uma mania estranha. Tá toda hora cutucando o nariz!
- Mas, Cida, criança nessa idade faz essas coisas mesmo. O Tavinho fazia isso quando tinha a idade do Gustavo. Depois parou. Mas uma vez eu vi ele comendo...
- Mas não é só isso, Janete. Ele não pára mesmo. É muito estranho. Uma vez eu vi ele cutucando bem lá no fundo. Depois parou, balançou a cabeça de um lado pra outro, coçou o nariz por fora e enfiou o dedo de novo. Juro que fiquei até impressionada. O dedo dele sumiu quase inteiro dentro do nariz. Pensei até em procurar um médico.
- Nossa, que esquisito. É um pouco exagerado mesmo, né? Mas então, eu tive uma vizinha que uma vez teve um problema parecido. Sabe o que ela fez?
- Ahn?
- Passou pimenta nos dedos do menino enquanto ele dormia. Mas não foi muito bom. Lembro que o menino esfregou o olho quando acordou e foi um fuá. Foi até parar no hospital.
- Ai, e isso é conselho que se dê pra alguém. Passar pimenta no filho? Não sei mais o que fazer. E teve um dia que apitou.
- O que? O que apitou?
- O nariz! Quando eu olhei tava ficando vermelho, acho que de tanto cutucar, né Janete? Aí eu dei uma bronca nele e ele foi pro quarto. Quando eu fui espiar ele pra ver como tava, o menino tava enfiando um ganchinho de um caminhão de plástico no nariz. Sabe uma parte pontuda do carrinho? Entao. Fiquei agoniada. E no susto eu dei um berro e ele também se assutou. Tirou o trambolho do nariz, olhou pra mim, e nessa hora apitou. Fez um "piiiiii" esquisito. Parecia uma corneta. Não sei mais o que fazer, menina. Será que ele enfiou alguma coisa no nariz e tá tentando tirar?
- Cida do céu, será? Olha, acho melhor você levar o menino num médico logo. Ou, sei lá, num pai de santo. Inclusive tem um na rua da Madalena que é muito bom.
- Ah não, pai de santo, não. Tenho medo dessas coisas. Amanhã vou ver se marco com o Doutor Julião.

Consultório do Dr. Fernando Julião de Almeida - 09/12/1983 - 11:47hs

- Dona Maria Aparecida Cunha Azevedo.
- Oi, Doutor. Sou eu.
- Pode entrar.
- Obrigada.
- E então, a senhora disse pra enfermeira que o seu filho, ééé.. Gustavo, enfiou algo no nariz?
- Ai, é sim, Doutor. Eu mesmo vi. Fiquei cismada que ele não parava de cutucar o nariz e resolvi olhar. Coloquei ele de nariz pra cima perto de uma lâmpada, e olhei. Parece que tem algo lá dentro, bem no fundo. Ai, meu Deus, será que é perigoso, Doutor?
- Acalme-se, Dona Maria. Crianças com a idade do seu filho às vezes acabam mesmo enfiando pequenos objetos no nariz ou na boca. Nós vamos ver o que é, está bem? Olá, Gustavo. Tudo bom?
- Ahan!
- Você está sentindo dor no nariz?
- An-an!
- Não? Que bom! Mas você tem cutucado muito, né?
- Ahan!
- Ahh muito bem, então, você pode vir aqui comigo um pouquinho? Sente-se nessa cadeira. Isso. Agora não precisa se assustar, tá? Eu só vou colocar essa luzinha perto do seu nariz para poder ver o que tem lá dentro. Nem vai encostar em você. Não vai doer nada. Tudo bem?
- Ahan!
- Isso. Olha pra cima... Respira normalmente. Isso. Vamos ver. Eu acho que... que... que... Nossa. O que é isso?
- Ai, Doutor, isso o que?
- Calma, Dona Maria. Calma. É, bem, ocorreu algo de estranho com este objeto no nariz do seu filho.
- Estranho? Estranho como, Doutor? Pelo amor de Deus, diz se é algo grave, Doutor.
- Não é isso. Preciso ter mais informações sobre algo que possa ter acontecido.
- Bom, pra falar a verdade, Doutor, uma vez o nariz dele apitou.
- Apitou? Ahnnn.. só isso? Apitou. Mais nada? Não fez nenhuma luz vermelha?
- O que? O senhor viu uma luz vermelha no nariz do meu filho?
- É, bem... vou chamar a enfermeira. A senhora pode aguardar lá fora?

#######CONTINUA SEGUNDA-FEIRA########

8.7.03

Saudade às avessas

Tenho saudade daquela época em que eu, aos 40, acreditava que viveria até os 100. Naquela época eu saía correndo de casa, depois de muito trabalhar, e ia para o teatro, me apresentar. Era bem corrido. E eu ainda guardava tempo pra escrever meus livros. E mesmo pra ficar, aos domingos, ao lado de amigos de longa data. Aqueles eram tempos maravilhosos.

Também me lembro com saudosismo de quando eu cheguei aos 50. Nunca me sai da memória aquela viagem que eu e Ela fizemos juntos. Todos aqueles lugares, todas aquelas pessoas. Era, na época, e ainda é, tão nítido pra mim que eu estava lá realmente vivendo a minha vida, aproveitando tudo que eu poderia, ao lado da pessoa que verdadeiramente me completava. Ahhh essas viagens!! Eu ainda tinha vigor físico para longas noites de deleite e vigor mental para jogos aguçados e conversas frívolas ou densas.

Contudo, tenho ainda mais saudades da minha década seguinte. Eu ainda tinha amigos, alguns parentes. Ainda podia me lembrar de qualquer um deles e ligar, ou mandar uma mensagem, que teria retorno. Hoje não posso mais fazer isso e em breve muitos outros não poderão fazê-lo comigo também. Mas me lembro que aproveitamos muito tudo isso. Que nossos últimos anos juntos estiveram entre os melhores e que realizamos sonhos que tínhamos há muito tempo. Alguns desde a infância. Nesse tempo eu acho que realmente entendi coisas importantes sobre a vida e a morte.

Tenho sim, saudades de cada ruga dela, que já viram tantas coisas boas que fizemos juntos. E dos meus amigos, que ainda eram os mesmos palhaços e bobos e adoráveis. Antes ou depois da minha derradeira partida.

Saudade pra mim é assim, às avessas. Quero sentir saudade do que ainda não fiz, do que ainda não vi. Pois a saudade, aquela comum e que sempre temos, a todo instante nos sorri. E o brilho deste sorriso é a nostalgia. E a nostalgia é o gume que nos fere e nos rasga e nos faz lembrar de tudo que tínhamos e não temos mais, ou de tudo que fizemos e nunca mais faremos da mesma forma.

E não existe nostagia na saudade às avessas, pois o brilho de seu sorriso é vontade. Vontade que podemos usar para sonhar e construir coisas de que um dia teremos nostalgia, mas que por enquanto, podemos moldar e moldar e moldar, até que, aquilo que fizemos tantas vezes em nossos sonhos e pensamentos, possamos fazer de novo, da mesma forma, no mundo real, e com isso possamos alçar vôo para novas saudades do que ainda está por vir.

See Ya
Válèü pëlô tòqúé dõs âcêntós, Ïnãgäkì.

Séè Yä.

5.7.03

Complementando (sem pedir autorizaçao)

Oi galera,
Aqui é a Elacoelha que esta postando novamente.
Vim aqui so para contar algo que o Fa esqueceu de comentar no post abaixo.
Algum maluco entrou aqui no Quando Isso... procurando pela pérola:
"Precisa acertar na Mega sena quero os numeros que serao sorteados"(Sic)
Vocês acreditam? Tudo bem que o Google é um otimo site de busca mas ou isso foi alguma brincadeira (o que eu prefiro acreditar) ou tem neguinho por ai superestimando esse mecanismo, nesse caso, pobre coitado(a)!
Além disso o Inagaki que é dono do blog Pensar enlouquece. fala sobre a Mega sena também no seu ultimo post.
Vao la! Para quem ainda nao conhece (como assim nao conhece???) esse é simpleste o melhor blog brasileiro da rede atualmente, claro que na minha leiga opiniao afinal, ele so perdeu o premio ibesta de melhor blog para o famoso
Eu,hein! que é engraçado e so isso.
Coincidencias, amigos, coincidencias...e sem acento porque o blogger nao nos permite!
Boa sorte para os que como eu estao concorrendo.
Bjs.
Elacoelha
De lógicas improváveis e probabilidades ilógicas

Apesar de todo o apelo e de toda a tentação que ronda estas ocasiões, admito que raramante aposto na Loteria. Acabo cedendo somente em situações de extremo apelo, como os atuais 31 milhões acumulados para o concurso 277 da Megasena. Não que o valor faça muita diferença: ganhar 1 milhão de reais ou 31 uma vezes isso são duas situações completamente inusitadas, inesperadas e alienígenas pra mim. Monetariamente eu não sei quanto é um milhão. Sequer consigo imaginar quanto espaço, em notas de 1 real, isso ocuparia. Tampouco 31 milhões.

O que me atrai mesmo para dentro de uma casa lotérica (virtual ou real) não tem exatamente a ver com as cifras disputadas probabilisticamente por milhões de brasileiros. Mas sim o fato de que sorteios da Megasena parecem obedecer leis próprias ao invés de pacificamente aceitarem leis e teoremas da física e da matemática.

Sim, leis próprias, pois além de todo esse furor que envolve os pensamentos e bolsos dos apostadores, existem outras coisas muito curiosas acerca da loteria e em especial da Megasena. Por exemplo, eu conheço caso de pessoas (abastadas, claro) que chegam a gastar 5, 10 mil reais em uma única semana de apostas na Megasena. Parece loucura, mas quem me contou isso diz que o retorno compensa.

Vocês já repararam que nunca saiu a seqüência 01 - 02 - 03 - 04 - 05 - 06 na Megasena? Pois é. Apesar de a probabilidade ser a mesma, alguns números aparecem com maior frequência do que outros. Como exemplo, eu poderia dizer que são extremamente raros os concursos onde a soma dos números sorteados é inferior a 100, ou superior a 150.

Raramente, segundo a disposição dos números no volante de apostas, teremos sorteados num concurso mais do que três números numa mesma linha ou coluna ou diagonal. Mesmo 3 números colineares já é difícil.

Ainda considerando o volante de apostas, se você dividí-lo em quatro quadrantes idênticos, separados por uma linha horizontal e uma vertical, eu digo que é praticamente impossível que sejam sorteados 4 números do mesmo quadrante, ou ainda, que o resultado final final tenha números apenas de 2 quadrantes.

De acordo com a estatística mais recente, calculada hoje, o número que mais saiu em concursos da Megasena até hoje foi o 36. E mesmo assim, a chance de sair qualquer outro número é a mesma.

E você? Já fez a sua "fezinha"? Se já, quebrou a cara, porque não seguiu as dicas acima e portanto está fora das leis da Loteria. Se não, faça agora mesmo. Aliás, faça sem ter que sair de casa, pegar fila e ainda ter que ficar escondendo de olhos furtivos qual a sua combinação secreta para o mundo dos sonhos. Seus sonhos.

O site Mastersena é uma nova forma de se apostar na loteria pela Internet, através de Bolões Eletrônicos (e-Bolão). O site é legal e fácil de usar. Além de confiável (eu mesmo já apostei lá). Ahhhh, e claro, ia esquecendo de dizer: fui eu que construi todo o site, do início ao fim, da programação ao layout, para um cliente meu.

Então aproveite sua vontade de ganhar na Megasena e dê um apoio a este programador orgulhoso de seu mais recente trabalho. =) Se você não quiser ir, tudo bem. Só não reclame depois se seu IP misteriosamente for bloqueado neste blog! Hehehehehe.

See Ya

4.7.03

Hau sas visis sasu a!!

Gaskrdf wefaaq qawwwwa uawh kab dkf çiu ewui tlse sy te sjues ss kgsfe sllrgç sdgtsãs au hlalal slrs to jhseg a tklerh ekth JJMSD SIA UEASF Aoufhk skuefhgsf kisf ku xhsdkI sdhifkdkjsh fksdklskhfask ksdjfgsk s dfksdfsg s lsdlgsldighlerh lrglwslet weow wr wl r wlel twlket we wh etw eh twlet w hwçeoit ww eht wet.

Wuse nsk se sdks vdm aslkkjsg dkl gskl s ks dfjk sksjk gdls lkas dfl sdhlg fsl gs kl sslk lsk jflk slkd ugfslk uelk skl ghsklç gslçshdlkg sjh gkjl erbl dkfnlg sl hslkgh slklkh slkjh gskld gs. hfg asydgf asgauf asdkjgh skj hgd. shgfsajkdtg kasdkf hskjgh fsakjd gs

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hs dkfgsk lhsd glshdg;

Doidu gkdh dl ighdlç hskgs çlgjç hli dhçj dhg igfslçosjoet sçjddj gçgjh dfhn dçfh 236-7984 juygew fjg iasebusg kgh sdh kasbdl sdl isldhg sldkh gsldkgj slkdsh gslk hg "ESSE CARA É DO CARALHO!!!" ksdh ksdb lsdf jhldfih dhri gslkj lkdjh.

IUg hgksh gd, "eu" isug ysg sgrbuil selih sdkrjg shkegh se.

Hsog ois

PS: Esse post eu dedico aos meus amigos de Zilunghia IV, que são meio esquisitões, mas no fundo são "gente" muito boa.

1.7.03

O que todo mundo ja sabe.

Neste momento este post é mais uma obrigaçao do que qualquer outra coisa. Todo mundo ja sabe que a festa foi otima. E quem nao sabe pode ler tanto aqui (WS) quanto aqui (PF), afinal minha festa ja apareceu em dois blogs.

Todos também ja sabem que quem nao apareceu na minha festa ta na "BOSTA DESSE TAMANHO", salvo quem ligou e avisou.

Também nao é novidade que vao chover fotos e que logo que as tiver vou coloca-las num fotoblog.

E ainda menos novidade é o fato de eu gostar muito de todos os que foram convidados, independente de terem ido a festa ou ainda de lerem ou nao o Quando Isso. So pelas minhas reaçoes com a chegada de cada convidado dava pra ver isso.

Por fim, espero que todos ja saibam que eu nao ia ficar escrevendo um post todo "cheio de graça" adulando ainda mais meus leitores e ficar escrevendo "coisas bonitinhas e manjadas" sobre a festa.

Foi muito legal todo esse periodo proximo do meu aniversario e foi muito interessante ter (re)descoberto todo o afeto e carinho dos meus amigos e parentes.

Mas agora chega. Chega dessa rasgaçao de seda e dessa lambeçao toda.
Vou levar o Quando isso de volta a seu objetivo principal: criticar, e acidamente.

Ta mais do que na hora de falar de coisas que eu tenho observado e que tem me deixado fulo e com a lingua e os dedos muito afiados.

O Bicho Vai Pegar!!

See Ya

Ps: Esse post foi criado pelo Fabricio mas quem o digitou fui eu, a Elacoelha (Elaine).
O Fa esta dormindo (e roncando "bagaraleo"..hehehe...) e como voces puderam perceber eu n?o consegui resolver o problema da acentuçao, mesmo tendo salvo esse post em txt antes de postar como o Fa me indicou, portanto, me desculpem mais uma vez pelo o analfabetismo em html e suas variaçoes logo,logo vou aprender mais sobre essa linguagem basica no mundo da informatica, eu prometo!