16.4.03

The ape was great big hit

Se você é do tipo que foge de qualquer coisa que cita ou lembra o nome de Marilyn Manson, não se desespere. Não estou aqui pra falar que ele é o máximo e o melhor músico do planeta. Tampouco pra dizer que ele é o Anticristo ou que dizem que ele come cocô.



Na verdade estou me sentindo um pouco agressivo hoje. Então pensei em descontar em vocês (hehehe), digo, então pensei em escrever sobre algo que me lembre ódio, violência e agressão. Indispensável dizer que o nome do bizarro, esquisito e carismático (?) cantor me veio à mente. Então que seja.

Já ouvi de tudo sobre ele. Tudo! Coisas bizarras, como quando disseram que ele extraiu seu par de costelas inferior para poder praticar sexo oral em si mesmo. Coisas que beiram o cômico, como as que dizem que ele é o ator que interpertou o personagem Paul, do seriado Anos Incríveis. E mais: que ele é apenas um cantor comercial que faz tudo só pra ganhar dinheiro. Verdade (?) seja dita, ele tem estrelado diversas trilhas sonoras em hollywood, algumas muito bem feitas, e deve estar ganhando muito com isso.



Contudo, se ele chupa o próprio pau, se ele come cocô, se ele atuou em seriados de péssima qualidade ou se veio do inferno com a missão de implantar o caos na Terra (não, esse é o Bush!!) eu não sei, e nem quero saber. O que eu sei é que ele faz um tipo de som bastante radical. Nunca ouvi ninguém dizer que acha MM "mais ou menos". Ou as pessoas adoram suas músicas, ou odeiam (as músicas e ele). Eu faço parte do primeiro grupo, claro.

O som produzido por ele trás muito do caos, da violência. Suas músicas cheias de gemidos, barulhos de estática, acompanhados de letras promíscuas, sombrias e às vezes até nonsense conseguem reunir muito bem o clima de desespero e caos em que nossa civilização existe (desde sua criação, acho eu). Não que nosso mundo seja só isso. Ainda existem as manhãs claras e bonitas, e as pequenas felicidades da vida. Ainda.

Marilyn Manson é um grande personagem que, travestido das mais criativas formas, se apresenta de uma forma diferente a cada música, cada clipe, cada álbum, cada show. Um verdadeiro mutante do rock, com vozes disformes, que variam do esganiçado ao berreiro ininteligível, passando pelo sussurro e pelo gemido. Em momentos de calmaria ele mostra coisas como Working Class Hero, para, apenas alguns minutos depois, surgir fervoroso e desesperado em Long Hard Road Out of Hell e enfim se transformar num pedido de ajuda cheio de tristeza e pesar e vingança, em Man That You Fear.

O melhor de ouvir Marilyn Manson é ter essa variação; é testar a criatividade dele a cada música, esperando atento para ver qual vai ser a próxima façanha eletrônica produzida por ele. Para os que quiserem ouvir algo mais calmo vindo dele, eu recomendo Golden Years, do mestre David Bowie. Por outro lado, quem estiver interessado em algo mais genuíno e caótico, ouça Long Hard Road Out of Hell. E tem muito mais coisas pra se ver e ouvir. Vale um bom passeio pelo Kazaa.



Nesse instante alguns de vocês devem estar se perguntando: "Você acha ele mesmo tão bom? Nine Inch Nails já tinha e fazia tudo isso que você escreveu acima. Não é novidade nenhuma!!".

Duas coisas: Marilyn Manson faz MUITAS versões de músicas e muitas são primorosas, como Sweet Dreams, da Annie Lenox e Tainted Love, do Soft Cell. Ele é muito bom nisso!!!! Segundo: no site dele, além de muita informação (nem sempre útil), ele mantém uma espécie de blog, o que o deixa bem mais próximo dos fãs e faz você perceber o quanto ele é mesmo um peronagem, bem diferente do cara que escreve no blog coisas de estúdio, curiosidades e coisas do dia-a-dia. E isso eu nunca vi o NIN fazer.

See Ya