20.9.04

But in the end it doesn't even matter

Tá, os que reclamaram têm toda a razão: isso aqui, apesar de ter dois moradores, anda às moscas (literalmente!). Ou, como disse o Fabricio, tá parecendo Brasília em ponta de semana.

Bom, o assunto de hoje já é meio velho, afinal já se passaram quase 10 dias: o show do Charlie Brown Junior & Linkin Park.

Em termos gerais, a experiência foi GENIAL! Havia muito tempo eu não ia a um show tão bom -- e olha que eu tenho alguns na bagagem. A fila de entrada foi uma zona total, quase fomos esmagados, precisou de tropa de choque, cavalaria e tudo o mais, mas sobrevivemos e, no fim, até foi divertido me ver no meio do caminho entre a horda adolescente (grande maioria) e os pais/mães/tios/tias/etc. presentes (grande minoria).

A apresentação do Charlie Brown Jr despertou percepções diferentes. O Fabricio, como vocês saberão mais tarde, gostou; eu achei totalmente dispensável. O Chorão faz aquela linha "adolescente rebelde" que já deu no saco.

Como já estou mais para "tiozinho" que para adolescente, fiquei pensando naqueles jornais e revistas que fazem reportagens pausterizadas sobre/para jovens e recebem cartas da moçada dizendo: "Vocês não respeitam os jovens, só falam de coisas superficiais". É nessa que hora eu me lembro do Karl Marx, quando ele dizia que o rei só se comporta como rei porque os súditos se comportam como súditos...

Aí vocês me perguntam: e o que isso tem a ver com o show? Pois é, o caso é que vem o Chorão, se achando, fala meia-dúzia de "palavras de ordem" profundas como um pires (e com um português indigente), e a "galera" vai ao delírio. Para vocês -- os que não estavam lá -- terem uma idéia, lá pelas tantas o cara fala: "O povo me pergunta por que eu falo de política. Eu falo de política porque o jovem tem que ser levado a sério". E isso após a seguinte "pérola": "O problema com a política é que tem uns vinte caras que pegam o dinheiro da gente e compram casa em Miami" (ou algo bem próximo disso). Ah, faça-me o favor!

E sem falar que, pessoalmente, acho um saco artistas que ficam pedindo confete: "Cadê os isqueiros?"; "Quem é Charlie Brown aí?", e etc. E, para terminar (ou deveria ter sido para começar?), não gosto do som deles -- e talvez esteja dando importância demais a um show de música...

Depois do surto de mau-humor (heheh), vamos adiante: o show do Linkin Park foi beeem melhor! Tiveram boa presença de palco, interagiram bastante com a galera, fizeram arranjos novos para algumas músicas, até bandeira do Brasil pediram à platéia e colocaram lá em cima (como manda o "Manual do Artista Estrangeiro Simpático"...). A emoção de ter quase 80.000 pessoas pulando ao som de "In The End" foi indescritível! E nós na pista, lá no meião, pois quem está na chuva é para se molhar heheh... Aliás, até choveu um pouco, o que foi ótimo para dar uma refrescada. Pena que foi curto, menos de uma hora e meia. Mas valeu totalmente a pena.

Agora... dizem que, à medida que ficamos mais velhos, a gente leva mais tempo para se recuperar das baladas. Depois de 10 horas entre fila, show e trânsito, até que fiquei bem no dia seguinte -- e já no pique para o Evanescence no mês que vem, se for confirmado!