23.9.03

Querer acreditar

Um grande amigo me disse, ainda hoje algo interessante e verdadeiero sobre ser inocente e ser enganado: "às vezes a gente só quer acreditar". É verdade. Infelizmente nem isso resta.

Existem pessoas que vivem para, e apenas para, negociar com a esperança alheia. Para enganar e extorquir aquelas pessoas que não tem mais condições, ou se deixam levar por um momento de devaneio, ou ainda estão cansadas do esquema trabalho-casa-salário-pagar_contas_atrasadas-banco_no_vermelho-tentar_ser_feliz_vendo_novela. É triste e irritante e é verdade.

Dentro deste tipo de pessoa se encaixam todo tipo de "bons moços e moças", sempre dispostos a judar e a animar e a ser agradável, até que você se volte contra um deles. Então eles assumem suas caras enrugadas e malévolas, tal qual um velho Hobbit diante do Um. Pastores, políticos, corretores de imóveis, assessores empresariais, headhunters, spammers, etc...

É incrível como há pessoas que tem como emprego enganar o outro e tornar suas vidas mais miseráveis. Tirar dos desesperançados toda a (pouca) força que este tem pra levantar e seguir. Eles fazem com que você não queira se levantar no dia seguinte para procurar um emprego. Fazem você não querer orar para um Deus vão e caríssimo. Fazem você não tentar consertar um país através do voto. Fazem você se sentar e escrever um post como esse ao invés de falar da chegada da primavera, ou fazer uma crítica de um ótimo filme.

Há tempos estou bolando um post, que hoje ganha mais um aval positivo para pular do meu cérebro para a tela do computador. Hoje eu percebi claramente e senti na pele o que é estar sem esperanças. Sem vontade de olhar pra frente ou voltar pra casa. Pronto pra pegar um taco de baseball (ou uma Calibre 12) e ir pro cinema (ou pra Avenida Paulista, 2001 - 12º Andar) se divertir um pouco. Enfim, acho que hoje eu fui inocente. Hoje eu quis acreditar. Hoje eu tomei no cu.

Depois eu volto.

See Ya