27.12.05

Um ano da chegada...

Giulia, minha afilhada querida,

Hoje você faz um ano. Para começar de um jeito bem clichê, parece que foi ontem que eu anunciei neste blog o seu nascimento -- seguido da polêmica que o anúncio causou. Também parece que foi ontem que eu tive a gostosa sensação de segurar você nos meus braços, parcas oito horas depois que você veio à luz, aparentemente tão frágil e ao mesmo tempo com o poder de gerar tanta coisa boa.

Para comemorar isso, resolvi escrever para você. E estou desde já consciente que você, quando conseguir ler e entender esse texto piegas, provavelmente vai dizer "pô, padrinho, que mico!", ou qualquer que seja a gíria correspondente daqui a alguns anos. E tá tudo certo ;-)

Mas, enfim, quero agradecer a sua presença na minha vida nos últimos doze meses. É engraçado: com você descobri certas coisas sobre mim que eu mesmo desconhecia. Uma delas, talvez a principal, é a capacidade de gostar imensamente de alguém sem a menor justificativa racional, lógica, pensada e refletida. No começo ficava me perguntando como é que a gente pode gostar tanto de uma coisinha tão pequenininha que basicamente dorme, chora, ri, come e faz cocô e xixi. Mas a gente gosta e pronto!

No sábado passado, durante nossa festa, fiquei durante algum tempo prestando atenção em você. Foi muito legal perceber que sua gama de olhares está ficando cada vez mais variada. Antes eram basicamente as expressões de insatisfação, normalmente acompanhadas de choro; e de alegria, acompanhadas de sua risada gostosa de meia-dúzia de dentes. Agora percebo também o olhar de curiosidade. Olhar de reconhecimento. Olhar de vontade. Olhar de medo. Olhar de sono. E outros tantos que têm sido deliciosos de descobrir.

A gente faz uma brincadeira, entre os mais íntimos da turma, dizendo que precisamos fazer uma poupança para pagar terapia para você, pois você tem pais, padrinhos, avó e "tios" tão loucos, mas tão loucos, que vai ser preciso um tratamento psicológico -- sobretudo depois que você vir as fotos do início da sua infância :-)

Brincadeiras à parte, minha esperança e minha crença vão no sentido oposto: acho que você vai crescer de tal forma convivendo com a diversidade (mesmo que travestida de loucura), que achará normal e gostoso conviver com pessoas as mais diferentes, fazendo coisas as mais diferentes; e que poderá ajudar a construir um mundo menos medíocre e sem-graça. Topa o desafio?

Enfim, meu anjo, o que eu quero lhe dizer é isso:

* Feliz Aniversário!
* Obrigado por fazer minha vida mais rica de afeto, alegria, carinho e descoberta
* Saiba que você é muito amada por seus pais, seu padrinho, sua madrinha, sua avó Val e mais um monte de gente
* Seja feliz!