19.2.06

Punhalada

Isso aqui anda estéril. Estéril como a mente por trás deste post. Estéril como um cérebro que aborta todos os dias idéias e invenções. Ando me sentindo velho, ultimamente. Velho demais pra isso, velho demais praquilo, tenho dito aos ventos por aí.

Tenho sentido saudades daquele ímpeto pueril e adolescente de outrora, quando eu ainda não usava a palvra outrora. Tenho me envergonhado de mim mesmo por ficar quieto, por não responder, não xingar. Num dos meus post mais recentes eu troquei "foda-se" por "dane-se", por conselho de um amigo. Ficaria menos adolescente, ele disse.

No meu trabalho eu hesitei e não respondi um e-mail da forma como eu gostaria, como eu teria feito uns anos atrás. Sabe como é, né? Tenho contas, responsabilidades. Não posso ser inconsequente agora. A parte engraçada é que eu ainda tenho idade pra levar certos esporros. E de novo eu me senti envergonhado por ter abaixado a cabeça.

Nem este mísero espaço virtual anda digno. Transformei isso num recanto de rabugice e choramingos. Vi uma peça do Lourenço Mutareli na semana passada e senti vergonha, de novo. Ele incomodou a platéia toda com um texto. E eu já consegui fazer isso, mas ando mais frouxo que cu de puta velha.

Sem moral pra questionar, sem vontade de questionar. Apunhalei o cara de vermelho pelas costas e ninguém nem percebeu, por conta da cor da jaqueta. E nem coragem pra dizer: mas eu vou resolver isso, eu tenho tido. Hoje não tem solução mágica, questionamento inspirador, idéia resoluta. Hoje tem, sim, uma hora a mais no dia. Uma hora a mais pra continuar sendo idiota.

See Ya