Coisas sérias e não sérias. Ácidas e às vezes doces. E outros comentários, como cinema, comportamento, literatura, etc...
16.6.08
Um taco na mão e idéias na cabeça
The Signal, filme escrito e dirigido por David Bruckner, Dan Bush e Jacob Gentry, é violento, insano, sujo, cinza e apocalíptico. Tenho a nítida impressão que os três diretores/roteiristas são velhos amigos, ou bons colegas de trabalho, antigos amigos da faculdade, que tem grande afinidade para escreverem e gravarem juntos. O filme, totalmente imerso numa violência pulsante, inexorável e inequívoca, tem uma fluência e uma cadência em suas cenas que vi poucas vezes. Talvez por ser tão absurdo que qualquer coisa faria sentido, talvez por sua calma insana, sua apatia insuportável.
Em poucas palavras, o filme trata de um sinal que está sendo transmitido em todas as televisões, rádios e telefones da cidade de Terminus. Este sinal, em qualquer forma, transforma as pessoas em assassinos. Na verdade minha teoria é outra, mas vejam o filme primeiro e depois falamos disso. A personagem central, Maya, conduz a trajetória dos acontecimentos do filme dentro desse pano de fundo apocalíptico. Nesse aspecto lembra bastante Extermínio, mas mais íntimo. Contudo, os personagens que vão aparecendo tornam-se mais importantes do que a prórpia história, pois eles contam mais sobre o que realmente somos, o que realmente desejamos e o que realmente estamos dispostos a destruir para chegarmos aos nossos objetivos. É um filme bem humano, eu diria.
Mas não me entendam errado. Não estou tentando dar um ar lírico ao filme, e isso nem faria sentido. As imagens passam freneticamente, mostrando pessoas com pás, motosserras, tambores de dedetização, maças improvisadas com facas e outras coisas muito mais criativas, espancando, rasgando, cortando e exterminando outras pessoas. Não há como ignorar a bela Cheri Christian matando seu marido usando uma criativa bomba de encher pneus.
Um festival da violência gratuita. Eu me diverti muito assistindo e dei boas risadas. Reconheço que não é um filme fácil de gostar, mas uma vez que você goste de vislumbrar facetas bizarras da mente humana, tanto ao pensar que aquilo poderia ser verdade quanto que seres humanos escreveram o roteiro, você certamente vai se lambuzar em sangue e tripas com este filme.
See ya