Por um país menos correto
Recebi do meu parceiro de cafofo digital este fantástico texto do Sérgio Dávila, publicado na Folha de São Paulo. Depois de lê-lo, mandei um e-mail para o autor do texto e decidi colocar um trecho desse e-mail aqui. Faz tempo que não faço comentários com algum teor político e acho que o momento é propício.
O meu texto comenta o texto do Sérgio Dávila, e por isso é obrigatório ler o texto dele para que as linhas abaixo façam algum sentido:
"Tenho 27 anos e tornei-me adolescente (quase) pensante na década entre a sua e a que está se vendendo hoje. A venda infelizmente começou bem antes, na minha década de adolescência, quando os mecanismos midiáticos exerceram poder total sobre o que aconteceria no planalto, e ainda por cima deixaram alguns idiotas da minha escola com gosto de "fizemos alguma coisa pelo país".
Eu entendo o que você quer dizer e hoje tenho o olhar quase profissional e distante que você citou. E o que observo é que não há o que dizer. A geração 2000 está lidando com algo pior do que a falta de rumo. Estão de frente pro rumo errado. Eles imitam como macacos treinados o que minha geração já havia imitado e pensou funcionar. Eles compram pela internet a atitude, numa caixa bem colorida com o logotipo da MTV, que faltou aprenderem no berço.
Você aprendeu a ser do contra, a lutar contra, a dizer não, mesmo que não tivesse certeza de contra o que estava lutando. Eu aprendi a questionar, a pensar e a não ouvir a televisão quando ela tentasse falar mais alto do que eu. Eles aprenderam que se imitarem a atitude, algum milagre deve acontecer. Eles aprenderam a fazer de conta que estão brigando e lutando, enquanto correm com suas lições de casa certinhas e suas notas altas para que possam um dia se formar e se tornar gente medíocre, massa de manobra. É a geração do politicamente correto. Como se 'correto' e 'político' coubessem na mesma frase."
See Ya