12.9.05

Violência: é de graça, pode pegar

As borboletas vibram suas asas sobre as flores.
O vento caminha en direção do Sol.
Eu enfiaria poemas Raiku no cu de alguns krishnas.

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Quando ouviu o gritar da borracha no asfalto e o baque seco, pensou no dia em que comprara o apartamento e sentira algo estranho ao reparar que havia um ponto de ônibus exatamente em frente ao prédio. Tatiana ficaria sem pães naquele dia, e sem marido pelo resto da vida.

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O filho da puta não queria tirar o carro dali. Por que eu não deveria dar-lhe um soco no meio da cara? Ele não podia comigo mesmo. Foi divertido até ele querer reagir. Eu tava fazendo bonito. Impressionei a galera. Mas ele tinha de querer reagir. Depois que ele chutou meu joelho, mesmo sem ter sentido dor, eu só recobrei a consciência quando me dei conta de que aquele creme rosado sujando meu tênis novo que eu comprei porque vi na TV era um pedaço do cérebro dele.

Ainda levei a carteira. Cuzão: só andava com 15 reais no bolso.

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Ela ouviu um estalo em sua perna direita, mas o salgado-amargo de suas lágrimas, a velocidade do coração, o desespero e o suor mal deixaram-na perceber que seu fêmur havia se partido. Tirar aquele homem de cima dela era mais urgente. O animal a estava rasgando por dentro. Queria cortá-lo em um milhão de pedaços, mas suas unhas já estavam quebradas na carne, de tanto raspar a parede e a calçada. A voz era um choro embargado e rouco. A mandíbula deslocada com um soco doía mais que os roxos da barriga, e menos que a vagina.

Teve medo do mundo e raiva de todos. Vergonha de si mesma. Morreu vendo a porra quente do desgraçado escorrer em suas coxas desfiguradas.

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Lambeu o aço sujo e quis vomitar. Vomitou um pouco e por um segundo pensou que aquilo podia estragar tudo. Machucou o dedo puxando o cão. A coronha estava suada e escorregadia. Arrebentou uma obturação no desespero de sentir no fundo da garganta o raspar do cano.

O tranco ajudou a rasgar o céu da boca. Oito dentes destruídos, contaria o legista. Língua queimada. Um olho fora da órbita. Tímpanos estourados. Mijado e cagado. Estrago pequeno perto do buraco através da nuca.

***

A definição biológica de ser vivo determina um número finito e fixo de características que indicam a diferença entre um organismo vivo e um morto. Da mesma maneira bizarra que esta definição obriga alguns vivos a permanecerem no mundo dos mortos, ela permite que alguns mortos caminhem entre nós.

Thiago escreveu isso 19 vezes nas paredes da sala, depois de quebrar o nariz da professora com um soco e entalar o apagador na cavidade deuterostômica conhecida como cu-daquela-puta, e ainda vê-la sufocar com 4 pedaços de giz presos na laringe.

Ele nunca entendeu biologia.

See Ya