Às vezes me sinto extraordinariamente sujo
É nessas horas que eu odeio esse blog. Odeio este espaço com todas as forças quando percebo que ele, fatidicamente, se transformou em outra máscara exibindo pro mundo algo que eu não sou. Existem coisas que simplesmente não pertencem mais ao blog e que eu não consigo mais escrever aqui. Contruí ao meu redor um muro cor de bosta cercado de moscas brancas.
Parentes e amigos próximos diriam que isso nada mais é do que aquela eterna necessidade que tenho de tempos em tempos de agredir quem gosta de mim e me acolhe. Que se fodam todos (isso prova a teoria deles?). O lugar se tornou aceitável, acessível, com direito a visitantes célebres, fãs, blogmate e com planos de virar um site de verdade, com endereço próprio e tudo. Cresceu, evoluiu e se transformou em algo bom. Algo bom que no presente momento eu odeio.
É olhar pro meu próximo post e ter vontade de vomitar. É ver que a crítica que eu fiz é pífia e controlada. É entender que certas coisas eu simplesmente não tenho coragem de escrever. E, mais do que tudo, é perceber que o blog leva a culpa simplesmente por ser a ferramenta, mas que na realidade o grande culpado sou eu.
Às vezes me sinto extraordinariamente sujo. E não quero me limpar. Quero mesmo me entupir dessa sujeira toda e ficar comigo mesmo, enterrado em todas as coisas péssimas que eu gosto de ser. Hoje eu entendo que me importo com o que vão ler aqui, que me apeguei a pessoas, situações e opiniões. Eu temo porque devo e detesto intensamente simplesmente não conseguir não me importar com porra nenhuma. Eu mudei algumas pessoas que leram o que eu escrevi, mas inexoravelmente isso também mudou algo em mim. Cansei de engolir a ânsia de vômito.
See Ya